terça-feira, 7 de dezembro de 2010

ONGs poderão assumir a gestão de escolas estaduais



Neste sábado estive com o governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmim, foi uma palestra no auditório da FAAP.  Meu primeiro contato com o governador pessoalmente, ele deu uma aula magna sobre o estado de São Paulo e sobre administração pública.  Um homem muito inteligente, excelente orador, articulado em diversos assuntos e comprometido com o cargo que tem. Depois desse encontro confesso que saí motivada com a política, pois o auditório estava repleto de prefeitos e políticos de todo o Estado, e eu vi pessoas usando sua inteligência e seu talento para servir ao próximo.
Mas vamos aos pontos mais relevantes que eu anotei:
Ele sinalizou a intenção de replicar o mesmo modelo adotado no sistema de saúde, em que organizações não governamentais assumiram a administração de hospitais e unidades básicas de saúde. Só que agora na educação, disse que foi a Nova York pesquisar os modelos que já estão implantados por lá.
As escolas públicas recebem a verba do governo estadual, mas são administradas por ONGs pertencentes à comunidade.  Uma oportunidade, mas somente para as organizações profissionalizadas e estruturadas. A burocracia das verbas públicas pode ser um entrave na gestão.
Um dos maiores desafios é modificar o modelo do ensino médio, fazer com que os jovens gostem da escola. A evasão e a falta de interesse dos jovens pelas escolas atuais é uma epidemia mundial. Parece que as escolas estão estagnadas diante da evolução tecnológica e mental das novas gerações que não se sentem atraída em ir ou ficar na escola.
A estratégia das ETECs e FATECs é de oferecerem cursos de acordo com a demanda das empresas.  Uma das estratégias da Rede Paula Souza é a classe descentralizada, as cidades que não possuem uma ETEC ou FATEC, podem montar uma classe em sua cidade, com a chancela da Paula Souza.
São Paulo está num momento de muitas transformações, e é preciso preparar os jovens, desenvolver cursos para formar técnicos em setores como de mecânica de precisão agrícola, setor que vai expandir muito. Técnicos em soldagem para apoiar a construção civil, também formar mão de obra para o pré- sal, extração de petróleo.
A força de um país é constituída pelos jovens, neles será preciso depositar a atenção e o esforço para que tenham condições de fazer e realizar um Estado mais forte.
As ações são urgentes, pois os números da vulnerabilidade social apontam que 95% da população carcerária do Estado são de jovens do sexo masculino. Os índices de vulnerabilidade apontam que a taxa de mortalidade de jovens por causas externas como violência e acidentes acontecem até os 30 anos.  
Eu observei um momento muito propício para as parcerias entre ONGs, governo e empresas. Os problemas sociais e as oportunidades de crescimento, são ingredientes que mobilizam  todos os setores a pensarem e agirem de forma diferente. Talvez o primeiro passo seja quebrar paradigmas e acreditar na solução possível.