segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Tendência de projetos de geração de renda




Mobilizar uma comunidade não é tarefa fácil, e a geração de renda é um dos pontos de atração para conseguir a participação de jovens e adultos nos projetos sociais.
Conversando com algumas pessoas de diversos setores, observo que teremos muitas oportunidades para programas de geração de renda e cidadania.  Tanto o governo, empresas privadas e outras ONGs necessitam de novos produtos e serviços para atender suas necessidades.
Projetos de geração de renda com produtos e serviços que tenham qualidade, preço competitivo, baixo impacto ambiental e benefício social. Aqueles que desenvolverem essa equação terão muito trabalho e recursos para os próximos anos. Isso representa modificar, reestruturar antigos paradigmas. Inclusive aquela velha idéia de que as grandes idéias só saem dos grandes cientistas, ou dos poderosos, ou do governo.
As soluções estão dentro das pessoas, principalmente dos colaboradores e usuários, de quem vive o dia a dia do problema.  Todos os segmentos já mantêm canais abertos de comunicação pelas redes sociais, qualquer pessoa pode dar sua idéia e sugestão.
O nome dessa revolução é construção colaborativa, quem sabe fazer diferença é que terá mais chances, e nesse quesito os profissionais do Terceiro Setor estão com a faca e o queijo na mão. Falta reconhecer esse potencial e se fazer notar pelos outros segmentos, como organizações com capacidade de gestão sustentável e de mobilização de pessoas.
Uma idéia só tem valor quando é colocada em prática e promove mudanças.
Por isso achei fantástico a ONG Banco de Alimentos  WWW.bancodealimentos.org.br, a proposta é eliminar o desperdício de alimentos, promovendo a educação e cidadania.  Ano que vem farei uma visita à Isabel Marçal e vou contar os detalhes sobre esse projeto que conseguiu a solução de uma equação impossível. ( vide artigo equação impossível do meu blog).

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Consumo Consciente e desenvolvimento sustentável




Foi depois de conhecer o presidente da Petrobrás Biocombustível Miguel Rossetto que aprendi um pouco sobre efeito estufa, consumo per capta, biomassa e a relação disso com o desenvolvimento do país. Ele esteve no seminário Mudanças Climáticas, promovido pelo Instituto amanhã (www.amanha.com.br), no último dia 09/12 no auditório da Vivo. Achei interessante o posicionamento de um líder, que tem uma visão global sobre a situação climática do planeta, alinhado com a visão social e ancorado num otimismo de que somos capazes de reverter essa situação.
Conversamos um pouco ao final da apresentação, e ele se mostrou entusiasmado com a idéia de que todas essas informações sejam divulgadas ao maior número de pessoas, principalmente aos jovens.

Segundo os cientistas, o planeta está em processo de desequilíbrio, isso por que já ultrapassamos o nível seguro de 350 ppm (partes por milhão de CO2), e o limite máximo é de 450ppm, se o planeta chegar nesse limite de concentração de CO2, ninguém sabe como 6 bilhões de pessoas vão viver diante de uma mudança imprevisível.

Bem, o que eu percebo é que essa questão provocou uma mudança radical em muitas pessoas, principalmente nos líderes de diversos setores que começam a dialogar com outros segmentos numa postura de cooperação conjunta para mudar esse cenário. O dilema fica entre o lucro imediato, à custa da sustentabilidade do planeta em longo prazo.
E uma vez tendo a consciência do atual contexto, fica a missão de cada um fazer a sua parte na área de sua competência. Por isso, vou destacar o ponto que mais me chamou a atenção.

Restrição de consumo
Inevitável, as pessoas serão obrigadas por questões climáticas a modificar seus hábitos de consumo. Ou seja, para os pobres que já estão acostumados com a restrição de consumo por questões econômicas, terão também a restrição ambiental. Já os que mantêm um elevado padrão de consumo, terão que reaprender a consumir. Será um movimento parecido com a epidemia de obesidade dos EUA, onde a única solução é a restrição e reeducação alimentar. Só que a diferença é que no caso da obesidade, se não se mudam os hábitos, quem morre é só o obeso, e no caso ambiental somos todos nós.

Os atuais conceitos de ascensão sociais estão pautados pelo consumo, mas o que observamos é que em breve haverá restrição de consumo, por isso a educação das novas gerações, principalmente das crianças e jovens, deverá ter um olhar para o consumo sustentável.

Acredito que o tema consumo sustentável deve estar nos programas das crianças, nos matérias das faculdades, nos treinamentos corporativos, nas reuniões de pais e na terceira idade. Por séculos a sociedade tem incutida a idéia de que consumo traz felicidade, e agora temos pouco tempo para explicar, que somente o consumo sustentável poderá salvar o planeta.

Tarefa desafiadora para aqueles que trabalham com os jovens, que iniciam a geração de renda e que desejam consumir. Talvez o primeiro passo seja oferecer informações sobre questões climáticas, sustentabilidade e consumo consciente para todos.

Só para dar uma dica, projetos com este tema terão maior visibilidade para patrocínios e parcerias, pois estão diretamente ligadas as prioridades dos segmentos.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

ONGs poderão assumir a gestão de escolas estaduais



Neste sábado estive com o governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmim, foi uma palestra no auditório da FAAP.  Meu primeiro contato com o governador pessoalmente, ele deu uma aula magna sobre o estado de São Paulo e sobre administração pública.  Um homem muito inteligente, excelente orador, articulado em diversos assuntos e comprometido com o cargo que tem. Depois desse encontro confesso que saí motivada com a política, pois o auditório estava repleto de prefeitos e políticos de todo o Estado, e eu vi pessoas usando sua inteligência e seu talento para servir ao próximo.
Mas vamos aos pontos mais relevantes que eu anotei:
Ele sinalizou a intenção de replicar o mesmo modelo adotado no sistema de saúde, em que organizações não governamentais assumiram a administração de hospitais e unidades básicas de saúde. Só que agora na educação, disse que foi a Nova York pesquisar os modelos que já estão implantados por lá.
As escolas públicas recebem a verba do governo estadual, mas são administradas por ONGs pertencentes à comunidade.  Uma oportunidade, mas somente para as organizações profissionalizadas e estruturadas. A burocracia das verbas públicas pode ser um entrave na gestão.
Um dos maiores desafios é modificar o modelo do ensino médio, fazer com que os jovens gostem da escola. A evasão e a falta de interesse dos jovens pelas escolas atuais é uma epidemia mundial. Parece que as escolas estão estagnadas diante da evolução tecnológica e mental das novas gerações que não se sentem atraída em ir ou ficar na escola.
A estratégia das ETECs e FATECs é de oferecerem cursos de acordo com a demanda das empresas.  Uma das estratégias da Rede Paula Souza é a classe descentralizada, as cidades que não possuem uma ETEC ou FATEC, podem montar uma classe em sua cidade, com a chancela da Paula Souza.
São Paulo está num momento de muitas transformações, e é preciso preparar os jovens, desenvolver cursos para formar técnicos em setores como de mecânica de precisão agrícola, setor que vai expandir muito. Técnicos em soldagem para apoiar a construção civil, também formar mão de obra para o pré- sal, extração de petróleo.
A força de um país é constituída pelos jovens, neles será preciso depositar a atenção e o esforço para que tenham condições de fazer e realizar um Estado mais forte.
As ações são urgentes, pois os números da vulnerabilidade social apontam que 95% da população carcerária do Estado são de jovens do sexo masculino. Os índices de vulnerabilidade apontam que a taxa de mortalidade de jovens por causas externas como violência e acidentes acontecem até os 30 anos.  
Eu observei um momento muito propício para as parcerias entre ONGs, governo e empresas. Os problemas sociais e as oportunidades de crescimento, são ingredientes que mobilizam  todos os setores a pensarem e agirem de forma diferente. Talvez o primeiro passo seja quebrar paradigmas e acreditar na solução possível. 

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A Palavra levanta, o exemplo arrasta



Dia 29/11 estive no Seminário Vivo de Sustentabilidade, tive a oportunidade de conhecer pessoalmente o presidente do Santander Fabio Barbosa que apresentou uma palestra muito objetiva sobre o tema. Vou destacar aqui alguns conceitos que achei mais interessantes.


Somos Inter dependentes

Antes era a idéia de independência e hoje já existe o entendimento de que somos inter dependentes. A empresa está dentro da comunidade que está dentro do meio ambiente. Nosso olhar é para o impacto que causamos no todo.

Mudanças de conceitos

Antes as propagandas e os anúncios publicitários ditavam as qualidades dos produtos e serviços, como verdades absolutas. Atualmente os blogs, os fóruns, a internet é que regem a confiabilidade dos produtos e serviços. A interatividade do consumidor tem alterado a forma como as empresas devem se posicionar. E a Tendência é cada vez mais a empresa atender as necessidades dos consumidores e colaboradores do que ser voltada somente aos seus acionistas. Pois a sustentabilidade de uma empresa depende de consumidores e colaboradores. Detalhe, a platéia estava repleta de diretores e gerentes que entenderam tudo, mas se questionavam como viabilizar essa nova realidade.



Perfil que o mercado deseja

Ele comentou que recentemente fez uma reunião com todas as empresas responsáveis pelo recrutamento do Banco, e solicitou que recrute jovens colaboradores que tenham prazer em servir. Esse parece ser um dos requisitos mais importantes para qualquer empresa sobreviver. Esse tem sido um dos gargalos enfrentados por diversas empresas, a dificuldade de encontrar profissionais com essa característica.

Vamos refletir um pouco, já que somos educadores, como é que poderemos formar pessoas que tenham o prazer em servir?

Bem, foram muitos outros assuntos abordados naquela manhã, mas uma coisa ficou nítida para mim. Que sustentabilidade é um conceito que deve estar dentro de cada um de nós, e com certeza está muito claro para Fabio Barbosa, ele de fato acredita neste caminho e por isso motiva a sua equipe a fazer o mesmo. Por isso a frase que me tocou nos últimos tempos: A palavra levanta, mas o exemplo arrasta.