quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Consumo Consciente e desenvolvimento sustentável




Foi depois de conhecer o presidente da Petrobrás Biocombustível Miguel Rossetto que aprendi um pouco sobre efeito estufa, consumo per capta, biomassa e a relação disso com o desenvolvimento do país. Ele esteve no seminário Mudanças Climáticas, promovido pelo Instituto amanhã (www.amanha.com.br), no último dia 09/12 no auditório da Vivo. Achei interessante o posicionamento de um líder, que tem uma visão global sobre a situação climática do planeta, alinhado com a visão social e ancorado num otimismo de que somos capazes de reverter essa situação.
Conversamos um pouco ao final da apresentação, e ele se mostrou entusiasmado com a idéia de que todas essas informações sejam divulgadas ao maior número de pessoas, principalmente aos jovens.

Segundo os cientistas, o planeta está em processo de desequilíbrio, isso por que já ultrapassamos o nível seguro de 350 ppm (partes por milhão de CO2), e o limite máximo é de 450ppm, se o planeta chegar nesse limite de concentração de CO2, ninguém sabe como 6 bilhões de pessoas vão viver diante de uma mudança imprevisível.

Bem, o que eu percebo é que essa questão provocou uma mudança radical em muitas pessoas, principalmente nos líderes de diversos setores que começam a dialogar com outros segmentos numa postura de cooperação conjunta para mudar esse cenário. O dilema fica entre o lucro imediato, à custa da sustentabilidade do planeta em longo prazo.
E uma vez tendo a consciência do atual contexto, fica a missão de cada um fazer a sua parte na área de sua competência. Por isso, vou destacar o ponto que mais me chamou a atenção.

Restrição de consumo
Inevitável, as pessoas serão obrigadas por questões climáticas a modificar seus hábitos de consumo. Ou seja, para os pobres que já estão acostumados com a restrição de consumo por questões econômicas, terão também a restrição ambiental. Já os que mantêm um elevado padrão de consumo, terão que reaprender a consumir. Será um movimento parecido com a epidemia de obesidade dos EUA, onde a única solução é a restrição e reeducação alimentar. Só que a diferença é que no caso da obesidade, se não se mudam os hábitos, quem morre é só o obeso, e no caso ambiental somos todos nós.

Os atuais conceitos de ascensão sociais estão pautados pelo consumo, mas o que observamos é que em breve haverá restrição de consumo, por isso a educação das novas gerações, principalmente das crianças e jovens, deverá ter um olhar para o consumo sustentável.

Acredito que o tema consumo sustentável deve estar nos programas das crianças, nos matérias das faculdades, nos treinamentos corporativos, nas reuniões de pais e na terceira idade. Por séculos a sociedade tem incutida a idéia de que consumo traz felicidade, e agora temos pouco tempo para explicar, que somente o consumo sustentável poderá salvar o planeta.

Tarefa desafiadora para aqueles que trabalham com os jovens, que iniciam a geração de renda e que desejam consumir. Talvez o primeiro passo seja oferecer informações sobre questões climáticas, sustentabilidade e consumo consciente para todos.

Só para dar uma dica, projetos com este tema terão maior visibilidade para patrocínios e parcerias, pois estão diretamente ligadas as prioridades dos segmentos.