Minha filha estava comendo uma maçã e
caiu o seu dente de leite, ela me deu o dente e disse “caiu”.
Segurando o dente de leite na palma
da minha mão, pensei:
O que representa o dente de leite?
Ele nasce, fica lá, cumpre a sua função e de repente começa a ficar mole e
ficamos com medo de que ele caia, para não sentir dor deixamos ele lá
quietinho, comemos do outro lado, evitamos comer coisas duras e temos todo o
cuidado, sei lá. Por quê?
E quando a mãe diz que vai tirar,
saímos correndo e não deixamos ninguém pôr a mão. Mas um dia, sem perceber, num
momento de distração, sem querer ele cai, quando seguramos na mão é tão
pequenino!
Fica um vazio naquele lugar que ele
ficava, dá uma sensação de alívio e de estranheza com o buraco que ficou, e precisa
ficar vazio, para depois aparecer o dente que está por baixo, forte, grande e
definitivo.
Algumas crenças são como dentes de
leite, nascem, cumprem sua função e depois não têm mais sentido, pois ficam
moles, mas elas não caem como os dentes, nós é que precisamos nos livrar delas,
arrancá-las da nossa vida.
E deixamos aquela crença lá, que não
ajuda em nada, só incomoda pois tira nossa liberdade de sermos nós mesmos. E
muitas vezes, a dor que temos medo de sentir é menor do que aquela que temos
que enfrentar todos os dias para mantê-la ali.
De vez em quando temos que fazer uns
testes em nossas crenças, mexer uma por uma para saber se tem alguma mole e se
questionar, por que não? Ter a iniciativa de arrancá-las, enfrentar o espaço
vazio por um tempo e logo virá outra mais forte e alinhada com nosso propósito.
Ai, me sinto esperançosa!!! Sinto que
meu espaço vazio será preenchido em breve...